Menos da metade da população ingere a quantidade de frutas e verduras recomendada

Somente 24,1% dos brasileiros possuem o hábito de consumir frutas e hortaliças em cinco dias da semana ou mais.

(Foto: Google)

A cada quatro brasileiros, somente um ingere a quantidade diária recomendada de frutas e verduras indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados são da pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014) que foi realizada nas 27 capitais do país. A pesquisa apontou também que três em cada dez brasileiros comem carne com excesso de gordura e um em cada cinco toma refrigerante cinco vezes por semana ou mais.

Fonte: Ministério da Saúde

Segundo a nutricionista Juliana Baptista isso acontece porque os brasileiros não tem o hábito do consumo de frutas, verduras e legumes por não serem incentivados e incentivadores, ou seja, faltam programas governamentais que incentivem este consumo, faltam incentivos familiares de pais para filhos e também por parte da mídia, pois se observarmos só há estímulo ao consumo daquilo que já é pronto e que nos torne dependente, tanto por ser teoricamente mais barato, prático e muitas vezes viciante.

Frutas, legumes e verduras são fundamentais para uma boa nutrição, pois possuem vitaminas, minerais, macro e micro nutrientes que necessitamos em nosso dia a dia. Já quanto a ingestão de carnes gordurosas a nutricionista explica que os alimentos gordurosos entram na classificação dos alimentos viciantes, nós possuímos receptores cerebrais que reconhecem a gordura como uma droga, algo que vicia e que nosso corpo irá precisar sempre para suprir essa "necessidade". Além disso, a maioria dos alimentos que possuem muita gordura são aqueles que já compramos prontos ou que exigem o mínimo de esforço para seu preparo, altamente palatáveis, ou seja, mais saborosos e agradáveis ao paladar.

A cabelereira Jaqueline Martins, de 21 anos, conta que comer frutas não é algo que faz parte de seus hábitos alimentares e que normalmente ela come só quando dá vontade, podendo ficar até um mês sem ingeri-las. A jovem inclusive já teve gastrite e confessou que sua alimentação não é das melhores. Já a estudante Débora Romanini, de 19 anos, (à direita) disse que passou a se alimentar melhor quando resolveu emagrecer e adquiriu o hábito de comer frutas nos intervalos entre as refeições, “me sinto até pesada quando não como uma fruta e troco por alguma outra coisa como uma bolacha ou iogurte, além disso as frutas têm vitaminas e outros nutrientes importantes para a saúde”.

Uma dieta rica em alimentos gordurosos e pobre em alimentos saudáveis pode desencadear colesterol elevado, triglicérides, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, entre outras e a junção destas doenças pode ser classificada como Síndrome Metabólica, comum em pessoas que possuem uma má alimentação e estilo de vida.

Juliana afirmou também que a melhor forma de manter uma alimentação saudável é fazendo uma programação, com um cardápio semanal, compras mensais ou semanais e cozinhar os alimentos em casa. "Quem cozinha consegue ter maior controle daquilo que come, consegue saber quais ingredientes estão ali e também sabe dispensar aquilo que não lhe fará bem. Com uma programação há maior controle de quantidades e também da qualidade dos alimentos ingeridos. Além disso, a prática de atividades físicas é essencial para manter uma vida saudável."

Todos os números da pesquisa realizada pela Vigitel foram divulgados no lançamento do guia “Alimentos Regionais Brasileiros”. O guia possui informações nutricionais de 193 alimentos, divididos por tipo: frutas, hortaliças, leguminosas, tubérculos, raízes, cereais, farinhas, preparações, ervas, condimentos, temperos e também por região. Além de várias receitas, todas preparadas a partir desses alimentos.

O guia está disponível no site do ministério da saúde e você pode baixar aqui.