Por que comemos mais no inverno?
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O inverno está chegando e quanto mais esfria maior o apetite de algumas pessoas parece ficar. Um estudo recente, feito na Universidade da Georgia, nos Estados Unidos rastreou quanto e com que velocidade as pessoas comiam em cada estação do ano. A pesquisa revelou que os entrevistados comiam cerca de 200 calorias a mais por dia a partir do outono, principalmente nos dias mais escuros, ou seja quando a quantidade de luz é menor as pessoas comem mais e mais rápido, de modo instintivo.
Segundo Adriene Souza, técnica e graduanda em nutrição o apetite aumenta porque o organismo tenta se proteger de uma possível escassez de alimentos no inverno e também porque o gasto energético é maior, pois é preciso manter a temperatura do corpo, por isso há um acúmulo de gordura maior no organismo, para funcionar como uma reserva. Comer alimentos calóricos no inverno e acreditar que não vai haver ganho de peso é um mito, não é porque a reposição de energia aumenta que ela precisa ter mais calorias que o necessário, já que o excesso acaba sendo armazenado.
A vida menos agitada nas estações mais frias do ano também é um fator que é levado em consideração, já que a diminuição na frequência de exercícios físicos e de compromissos acaba fazendo com que o indivíduo coma mais do que comeria normalmente. A diminuição da produção de serotonina, responsável pela sensação de bem-estar, nesta época também contribui. A sensação de desanimo acaba sendo compensada na alimentação. A técnica em nutrição ainda explicou que a procura por alimentos mais pesados ou gordurosos como sopas, fondues, chocolates, entre outros acontece porque esses alimentos fornecem mais calorias e consequentemente o corpo armazena mais calor. “Esse hábito no inverno na verdade nem é tão necessário para a saúde, agasalhos e todas as tecnologias que temos hoje permitem que o ambiente fique mais agradável ao nosso corpo e mantenha nossa temperatura sem precisarmos de alimentos muito calóricos. Além disso, o consumo excessivo de alimentos gordurosos pode acarretar em aumento do colesterol, e até mesmo no entupimento das veias, podendo levar a um infarto."
A estudante Jenifer Roque, de 21 anos conta que não sente grandes mudanças na alimentação no inverno e no verão e que também nunca percebeu problemas de colesterol, mas confessa que sente mais fome. “Eu tento me controlar para não cometer exageros. A maior diferença que sinto do verão para o inverno é que no calor eu sinto muita sede, retenho líquido, e acabo comendo menos. Já no inverno tenho menos sede mas tenho mais fome e consequentemente acabo comendo um pouco mais. ”
Dayane Decaria, estudante de 20 anos, conta que também come muito mais no inverno, come de tudo, mas evita alimentos mais gelados porque sente muito frio. “Amo arroz e feijão com legumes ou carne bem quentinhos, yakisoba, brigadeiro de panela e pipoca. Mas o que eu mais gosto no inverno é de tomar sopa”. Dayane também contou que nunca teve problemas por conta do aumento na quantidade de comida durante a estação e que não costuma engordar mais que 1kg durante o período mais frio do ano.
Uma dica da técnica em nutrição é consumir alimentos quentes enriquecidos com legumes e hortaliças, tanto para evitar o ganho de peso excessivo, como para suprir a necessidade dos nutrientes presentes nesses alimentos, já que a ingestão deles é menor. Moderar o consumo de bebidas alcoólicas, que possuem calorias vazias e aumentar o consumo de fibras, que prolongam a sensação de saciedade também ajudam a evitar os quilinhos a mais.
